Sem Mensagens
”Sem mensagens” apresenta-se como uma mostra de desenhos cosidos de vários envelopes.
Uma sucessão de sobrescritos, uns mais comuns que outros, com selos, carimbos e marcas diversas que atestam o seu percurso e desvios, abertos, rasgados, alguns quase despidos, assumidamente desprovidos dos seus comentários. Este propositado ênfase ao vazio do seu conteúdo, à ausência da mensagem, assume-se como um mecanismo estético, como uma provocação que em modo de resposta a uma obra aberta reforça a nossa atenção para os pequenos detalhes.
Trata-se de uma representação fluida e capaz de traduzir a ânsia que sentimos face à inexistência do texto, rematando o tempo e memória colectiva num silêncio de inquietação que não nos deixa indiferentes