Carlos Rodrigues
Carlos Rodrigues cresceu no meio da pedra, consequência da ligação familiar a uma oficina de transformação de mármores. É neste meio que cresce e isso influenciou o seu futuro.
Durante a infância e adolescência, seguiu atentamente o seu pai, que trabalhava com grande mestria obras de arte sacra, em enormes blocos de mármore.
Foi crescendo a ouvir a toada da maceta a bater no cisel. A ver disco de carvão da rebarbadora, a penetrar o mármore duro, deixando, no ar, uma nuvem de um pó suave e quente, que ao poisar na pele, se entranhava nos poros, pintava de branco e me unia a própria pedra.
O tempo desvendou-lhe segredos que o mármore esconde e, pouco a pouco, fui dominando técnicas para vergar a sua dureza, ver onde levava o seu raiado… e a sentir nas mãos e na alma a sensibilidade para dominar tão nobre matéria.
Em 1988, fez a sua primeira mostra, na galeria do Posto de Turismo de Vila do Conde.
Mais tarde conheceu o mestre José Rodrigues, com quem trabalhou como seu assistente, executando inúmeras obras de arte em mármore.
Frequentou a “Cooperativa Artística Árvore”, onde o mestre José Rodrigues era diretor e o acumular de toda esta vivência, deu-lhe outra visão da escultura.
Nas suas obras procuro deixar as marcas da sua essência. A sua textura natural, as feridas dos ferros que as arrancaram das entranhas da terra. Por fim, já com o bloco bruto, pousado na banca da oficina, ficam as marcas das ferramentas que lhes deram alma. São estes traços na pedra, que evita apagar, nas lutas e diálogos que vem travando com a matéria, ao longo de dias, meses e anos.
Hoje a sua obra esta representada em monumentos e várias coleções particulares e públicas.